domingo, janeiro 07, 2007

A CORTESÃ


Os olhos dessa cortesã que insiste em me habitar
Vêem o tempo e através do tempo
Loucos como Van Gogh
Corta seus pedaços como orelhas
O fio do corte atinge toda sua pele
Todo seu corpo

Os olhos dessa cortesã
Sabe as paixões,
Sabe o fogo que vai na Alma
Tudo vira voz
Tudo vira som e música

Os gemidos da cortesã
É a voz gritada, presa,
Solta o som
O grito vindo do útero
Quer seu centauro preso
Quer libertar seu centauro
Num louco galope

Ah! Os olhos dessa cortesã
Galopam em cacos, pedaços mil,
A esparramar-se pelo mundo
Seus olhos querem a Alma
Sua Alma quer outros olhos

A mulher que habita essa cortesã
Ah! A mulher que habita essa cortesã
Uma louca Van Gogh
Uma louca de amor
Ah! Essa cortesã
Nunca será dominada
Nasceu do signo da paixão.

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