terça-feira, agosto 31, 2010

FIM


Este papel há muito não é escrito
É o amor que anda se esvaíndo entre os dedos
Como água, como fumaça, como algo apócrito*...

As labaredas que um dia arderam
Nem cinzas restou
Pois o vento as espalhou.

Não se mantém uma chama de dois
Se somamos três... ou quatro... ou...
Quando o dia amanhece e o negror da noite continua

E já não amanhece como amanhecia
Já não o amor tão bem feito como se fazia
Já não um brilho no olhar que existia.

Um adeus sem adeus
Um romper sem desamarrar
Um ir e o outro ficar.

Melanie



NOTA 01: Escrito em mais uma noite insone.

NOTA 02: *A palavra apócrito vem do grego Apokriktein (esconder), passando a idéia de algo escondido ou secreto. Designavam-se apócritos, inicialmente, os escritos que não eram lidos publicamente nas igrejas, mas só em segredo, isto é, em grupos particulares, em círculos religiosos mais restritos. Depois os "religiosos", definiram apócritos, como sendo "escritos não autênticos". (Achado em Diário de um Juíz)