quinta-feira, fevereiro 28, 2008

ALL STAR

Autor: Nando Reis




Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as Índias
Mas a terra avisto em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário

Estranho é gostar tanto do seu All Star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri, quando chego ali

E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te encontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje

Estranho mas já me sinto como uma velha amiga sua
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na Lua
Como ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas pra tua voz
Parece exato
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul..


NOTA: Tem dias que se dispensa comentários, a letra da música fala por mim.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

EXISTE UM LUGAR


Ele tinha um sonho, ela tinha um grande caminho ainda a percorrer. Chovia muito naquele dia, parecia que o mundo ia se acabar.

Ela tinha uma prova importantíssima.

Ele uma audiência que não poderia perder ou sua carreira estaria em jogo.

E aquela esquina calma os dois dobraram, não tão calmamente, e o encontrão aconteceu. A pasta dele cai na poça d’água e os livros, anotações e óculos dela voam.
- Merda, seu idiota! Não olha para aonde anda?
- Moça, me desculpa! Eu vinha perdido em meus pensamentos... Mas por favor, porque tanta agressividade?

Quando ela achou seus óculos – com uma das lentes quebrada – ela simplesmente teve um ataque de nervos.
- Monstro! Como vou fazer prova agora? Não enxergo nada sem eles! Idiota! Débil mental! Cretino!
- Calma moça! Não posso fazer nada para cobrir seu prejuízo agora, tome seus livros que estou atrasado. Ah! Fique com meu cartão, faça um par de óculos novos e me mande a nota fiscal que eu pago, mas, por favor, preciso ir agora.

Camila guardou o cartão, pegou seus livros e correu para a faculdade. No caminho buscava dentro da sua bolsa o outro par de óculos escuros pensando: que coisa ridícula, chegar na faculdade, num dia de chuva, com óculos de sol.

Enquanto isso Leonardo entrava no fórum. A sobrevivência da sua cliente dependia quase que totalmente dele, do que ele poderia fazer por ela para ganharem aquela causa. Recém formado, Léo precisava pegar pequenos processos para se firmar profissionalmente, mas só ele sabia o quanto isso lhe custava. Ele tinha feito aquela faculdade porque seu pai, um grande jurista, só aceitava que seu filho fosse advogado. Só ele sabia o quanto seu sonho estava distante daquele trabalho medíocre.

O tempo passa sem que Léo e Camila sintam. Tinham coisas mais importantes a resolver na vida.

Camila se formou administradora, estava estagiando na área de turismo e feliz com seu trabalho.

Léo perdeu a causa, chegou no escritório e foi colocado abaixo de sarna de cachorro. Mandou o chefe fazer o trabalho nojento que ele era obrigado a fazer, passou na casa dos pais, falou tudo o que estava entravado na sua garganta desde que nasceu, pegou suas economias e foi para a rodoviária. Não tinha a mínima idéia para onde iria, mas isso era o que menos importava.

Camila tinha um trabalho a fazer. Seu chefe quer abrir mais um hotel e ela foi designada para pesquisar o mercado em Porto Alegre. Como tinha pavor de avião optou pelo ônibus. Entrando na rodoviária sente uma barreira humana e seus óculos voam, mas dessa vez ela os pega ainda no ar, inteiros. A proximidade fez ela reconhecer Léo.
- Não acredito! Você de novo no meu caminho, seu peste?

Léo busca na memória de onde conhecia uma mulher tão desagradável e acha alguém lá no fundinho da sua mente.
- Diabos! Você só aparece para me trazer má sorte! Já sei que minha viagem vai ser péssima!

Nisso Camila tira da bolsa uma nota fiscal e entrega a ele.
- Foi bom te reencontrar, afinal de contas meus óculos não foram nada baratos e quando liguei para você, quem atendeu mandou eu telefonar para o inferno para te achar, pois você não trabalhava mais lá.
- Desculpa, disse Léo, eu não sabia que sairia da firma logo depois daquele dia. Léo busca suas economias no bolso e paga a Camila os óculos devidos.

Cada um toma seu caminho.

Léo entra no ônibus, acomoda sua bagagem e senta.

Camila entra no ônibus que vai levá-la a uma cidade totalmente estranha, se sente insegura. Busca o número da sua poltrona, mas... Tem um rapaz sentado.
- Desculpa, mas você está sentado na minha poltrona, comprei a da janela pois não costumo dormir em vagens.

Léo escuta aquela voz e não acredita. Ele se sente como se antes de nascer tivesse jogado pedra na cruz, socado caipirinha no Santo Graal ou picado salsinha na Tábua dos Dez Mandamentos.
- Você?!?! Ô Deus do céu! Você vai até Porto Alegre do meu lado? E ainda por cima fala que não dorme em viagens?!?!
- Muito prazer, Camila.
- Prazer, Léo.

Nenhum dos dois dormiu naquela viagem. Ela falava do emprego, da vida, dos sonhos. Ele falava da demissão, das pressões do pai, dos sonhos.

Entraram em Porto Alegre com o sol nascente refletindo no Guaíba. Ela tinha estado no Fórum Social, acampou no Parque Harmonia e conhecia um shopping que tinha um dos melhores cafés que tinha tomado. No café conheceram um senhor que tinha ficado viúvo e queria vender sua casa. Um imóvel simpático, feito de tijolo aparente, amplas janelas, um imenso jardim arborizado, alguns pés de rosas, acácias, ipês...

Léo se encantou pela casa, Camila amou tudo.

Mas Léo não tinha o dinheiro suficiente, mesmo assim perguntou para o senhor se poderia passar a noite na casa. Ele respondeu que sim, pois morava com um filho. Só que a casa não tinha móveis, apenas a cama que ele não quis tirar do quarto, não quis vender, pois nela tinha vivido os melhores momentos com sua esposa.

O dia ia acabando, o sol buscando outras terras e Léo e Camila ainda estavam sentados no alpendre conversando. Sonham juntos, fazem contas, sonham mais sonhos juntos e chegam a conclusão que as economias de ambos dava para comprar a casa. Fecham um contrato verbal.

Chega a noite e o cansaço da viagem pesa. Eles se dão conta de que ainda conversavam e nem tinham visto a casa toda.

Ao entrarem no quarto, mesmo sabendo que na casa só tinha uma cama, não sabiam que era uma cama arrumada. Lençóis de linho branco com fronhas cheirosas nos travesseiros e um edredom novinho e macio. Um galho de alfazema em cima, junto com um buquê feito com as rosas do jardim.

Sem nada falarem, tiram as roupas e se deitam.

Essa cama foi a que usaram em todos os anos que funcionou o bistrô que abriram em parte da casa.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

TAMANCOS VERMELHOS



Todos os rapazes da idade de Roberto se apaixonavam pelos olhos, bocas, e seios das moças. Não podiam ver uma menina passar com uma saia mais curta e já começavam: "Hum... olha como ela rebola, que cor deve ser a calcinha dela? Fio dental ou tipo shortinho?" Só Roberto ficava em silêncio, ele era tido como o cara mais tímido do bairro. Ele nunca olhava o rosto das meninas, vivia enclausurado na sua timidez só olhando para o chão.

Roberto leu de Cinderela à A Pata da Gazela, e todos os livros que soube que existia falando do assunto que mais o excitava.

Os amigos brincavam, gozavam perguntando se ele procurava dinheiro no chão, mas Roberto sempre na dele. Era um cara normal, bem legal até, mas se uma moça chegava perto, abaixava a cabeça, os olhos e nada o fazia levantá-los.

Terminou a faculdade como entrou, sem nunca ter namorado ninguém. Começou a trabalhar e achou que era hora de morar sozinho. Gostava de uma liberdade que não tinha na casa dos pais e apesar de gostar deles procurou e conseguiu, um apartamentinho no mesmo bairro. Foi montando com cuidado, com carinho. Levou seus livros, seu micro, seus CDs. Deixou o apartamento bem sensual sem ser vulgar. Um lugar delicioso para se ouvir uma musiquinha com um abajur bem fraquinho ligado e um vinho de companhia.

Na primeira noite que dormiu na casa nova estava feliz, excitado, e não sabe se por isso ou pelo barulho do salto alto no andar de cima não conseguia dormir. De manhã acordou com o mesmo barulho e assim foi até começar a imaginar quem era a dona dos saltos.

Era domingo, a dona dos saltos acordou e Roberto acompanhando. Ela foi ao banheiro, tomou um banho demorado, foi até o quarto, deveria estar se vestindo e lá se vai o barulhinho toc, toc, toc para a cozinha. Anda pra lá, anda pra cá, vai, volta. Roberto na cama imaginando se a laje que os separa fosse de vidro. Seria muito excitante. Toc, toc, toc lá se vão os saltinhos pela sala. Ela deve estar saindo. Alguns minutos depois tocam a campainha do seu apartamento.

Roberto se levanta meio a contragosto, tinha ficado tão ligado e excitado com os saltinhos que não sabia como se esconder em baixo daquela samba canção preta que usava, mas pensou: "foda-se, isso são horas de tocar a campainha dos outros?" E foi atender como estava achando que era o porteiro para entregar o jornal ou coisa assim.

Uma bela mulher de cabelos e olhos castanhos, vestindo um short jeans, regata vermelha e calçando tamancos vermelhos com um salto imenso, segurando uma xícara dá um sorriso e fala: "desculpa, meu nome é Manu, moro no apartamento em cima do seu. Estava fazendo café e descobri que meu açúcar acabou. Você se incomoda de me emprestar um pouquinho, hoje mesmo eu devolvo". Quando ela terminou de falar abaixou os olhos, talvez envergonhada, e viu o volume embaixo da cueca. "Desculpa! Acho que você está muito ocupado com sua esposa".

Roberto não sabia o que fazer, se fechava a porta, se a convidava para entrar, se apenas se ajoelhava no chão e beijava aqueles pés de deusa, mas só conseguiu falar com uma voz quase sem som: “não sou casado, her, ham, entre, vou pegar o açúcar para você”. Ela o acompanhou até a cozinha e o som do toc, toc, toc dentro do apartamento dele o levava à loucura e aquele maldito pau não abaixaria jamais. Pegou o pote do açúcar e quando foi abrir simplesmente o pote voou das mãos dele e choveu açúcar nos dois.

Ele muito sem graça, ela rindo muito. Limparam tudo e o açúcar acabou grudando no suor dos corpos. Suavam não só pelo trabalho de limpeza, mas também do tesão sentido pelos dois. Quando acabaram de limpar tudo, Manu perguntou se poderia tomar um banho no ap dele antes de ir embora. Roberto pegou uma toalha, Manu uma camisa social dele e foi para o banheiro.

Enquanto ela tomava banho ele fazia o café. Quando ela saiu do banho estava linda com o tamanco vermelho, sua camisa social com as mangas dobradas e as roupas dela nas mãos. Roberto viu que no bolinho de roupa estavam a calcinha e o sutiã. Ela sai do banheiro rindo e dizendo: "foi o melhor banho que já tomei, agora é sua vez". Ele falou que já tinha feito o café, se ela queria e se encaminha para o banheiro, mas Manu pega seu braço, olha firmemente nos seus olhos e fala: "coloque outra dessa e olha para baixo, mas eu gostaria se fosse uma branca".

Enquanto Roberto toma banho, Manu faz torradas, pega manteiga, mel e procura uma toalha para arrumar a mesa. Como o armário é muito alto, pega o banco, sobe e fica na ponta dos pés para alcançar a, finalmente achada, toalha.

Quando olha para trás Roberto está parado junto ao portal, apenas de cueca branca, tão fina quanto a preta e olhando aquela mulher maravilhosa em cima do banquinho, de braços levantados, pegando uma toalha. A bundinha dela é a coisa mais deliciosa que já viu e de relance também viu que Manu é totalmente depilada.

Roberto pede: "Manu fique exatamente aí onde você está, em cima do banco". Pega a toalha, põe na mesa, pega o pote de mel, molha a ponta do dedo, chupa; molha o dedo de novo no mel e dá para ela chupar, e enquanto ela chupa seu dedo ele vai abrindo os botões da única roupa que ela tem sobre o corpo, sua camisa social.

Molha o dedo no mel de novo, abre sua vulva com delicadeza, com carinho e passa o mel bem na pontinha do grelo. Molha o dedo no mel de novo e passa entre os pequenos e grandes lábios. Manu começa a se sentir mole e geme bem baixinho. Roberto brincando com o mel e seus lábios. Manu senta na pia, Roberto pega o outro banco e ela coloca um pé em cada um deles. Roberto coloca os bancos o mais longe possível e Manu fica com as pernas abertas, sentada na pia. Nua, apenas os tamancos vermelhos continuam em seus pés. Roberto pega um dos pés, tira o tamanco, passa mel na ponta do dedão e lambe. Faz o mesmo com o outro e isso leva Manu a aumentar o som dos gemidos. Roberto beija seus pés, lambe e vai subindo pelas pernas. Beija seus joelhos, alisa suas coxas, abre os grandes lábios e vê que Manu escorre de tesão. Tira a cueca e Manu se assusta com o tamanho do que vê.

Ela consegue falar com uma voz muito rouca e fraca: "não faça assim comigo, você está me deixando louca, mas tenho medo, ele é imenso!", mas mal acaba de falar sente a boca de Roberto sugando o mel, beijando e sugando o mel dela também. Roberto segura os dois pés de Manu coloca-os na sua cintura e encosta a cabeça do seu pau na vagina dela e vai empurrando bem de vagar, tão devagar que ela pede mais, mas ele não quer machucá-la. Manu se ajeita e quer tudo dentro dela.

Como você é quente, minha querida – diz Roberto. E Manu começa a dar mordidinhas no pau dele. Gozam juntos, uma... duas... três vezes. Estão exaustos, Manu vai para as almofadas da sala, Roberto pega o café e torradas para os dois leva até a sala e fala: "Manu querida, espero que o café nos reanime, porque meu tesão ainda não acabou" e sussurra no seu ouvido: "adoro sexo anal".