sábado, fevereiro 03, 2007

FALSO BRILHANTE

João Bosco


O amor é um falso brilhante no dedo da debutante.

O amor é um disparate na mala do mascate, macacos tocam tambor.

O amor é um mascarado, a patada da fera na cara do domador.

O amor sempre foi o causador da queda da trapezista pelo motociclista do globo da morte.

O amor é de morte.

Faz a odalisca atear fogo às vestes e o dominó beber água-raz.

O amor é demais! Me fez pintar os cabelos, me fez dobrar os joelhos, me faz tirar coelhos da cartola surrada da esperança.

O amor é uma criança.

E o mesmo diante da hora fatal o amor me dará forças pro grito de carnaval, pro canto do cisne, pra gargalhada final.

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